A Polícia Federal revelou que a organização criminosa supostamente liderada pelo ex-secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso, Nilton Borgato, e pelo ex-lobista Rowles Magalhães, enviaram pelo menos seis carregamentos de cocaína do Brasil para Portugal.Borgato, Rowles e a doleira condenada na Operação Lava Jato, Nelma Kodama, também acusada de estar envolvida no esquema, foram presos no dia 19 de abril, durante a Operação Descobrimento, da Polícia Federal.Conforme a PF, os dois atuavam juntos como responsáveis no transporte da droga à Europa, utilizando jatos de luxo. As investigações apontaram que ao menos seis remessas da cocaína foram enviadas para Portugal, no período entre 2020 e 2021.Rowles Magalhães ficou conhecido por ser o lobista que intermediou a aquisição do VLT em Cuiabá e depois denunciou o esquema de propina na contratação.
Já Nilton comandou a Seciteci entre 2019 e março deste ano. Deixou a pasta para ser candidato a deputado federal nas eleições de outubro. Ele já foi prefeito de Glória D'Oeste, cidade comandada hoje por sua esposa, Gheysa Borgato.O ex-secretário encontra-se em uma cela especial na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá. Esta semana, ele foi interrogado pelo delegado Adair Gregório, da Bahia, responsável pelas investigações. Entretanto, a informação é que ele não respondeu nenhum dos questionamentos feitos pela autoridade policial.Jato apreendido na BahiaAs investigações tiveram início em fevereiro do ano passado, quando a Polícia Federal apreendeu mais de 500 kg de cocaína na aeronave de uma empresa privada de aviação em que Rowles Magalhães é sócio. O avião estava no Aeroporto Internacional de Salvador (BA) e tinha como destino a Europa.Nas imagens divulgadas pela PF na época é possível ver vários tabletes de drogas espalhados pelo assoalho da aeronave. Mecânicos que faziam inspeção no avião encontraram parte da droga escondida e acionaram a Polícia Federal. Com auxílio de peritos e cães farejadores, os policiais acharam outros esconderijos da droga.DescobrimentoA operação cumpriu 43 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão preventiva nos estados da Bahia, São Paulo, Mato Grosso, Rondônia e Pernambuco.Em Portugal, com o acompanhamento de policiais federais, a polícia portuguesa cumpre três mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva nas cidades do Porto e Braga.As medidas judiciais foram expedidas pela 2ª Vara Federal de Salvador/BA e pela Justiça portuguesa.